quinta-feira, 7 de abril de 2016

Sapatinho de Cristal




Há muito, muito tempo existia uma princesa, que vivia só com o seu pai. A sua mãe tinha morrido e a pequena Cinderela era uma menina muito alegre e feliz. O seu pai não tinha voltado a casar e por isso sentia-se muito sozinho. Um dia, o pai chamou a e disse-lhe:
- Cinderela, vou voltar a casar. Vais ter uma nova mãe e duas irmãzinhas.
- Que bom papá!
Numa manhã de Primavera deu-se o casamento e Lady Tremaine e as filhas Drizela e Anastacia foram viver para casa da Cinderela.
Cinderela vivia feliz até ao dia em que o seu pai morre.
- De agora em diante passarás a fazer todas as tarefas da casa e vamos chamar-te Gata Borralheira.
-É, Gata Borralheira, e a partir de agora dormes na cozinha e eu fico com o teu quarto.
Cinderela parecia que vivia numa prisão, sem tempo para fazer mais nada além de trabalhar para a madrasta e para as irmãs, que eram muito más para ela.
Um dia, estava a Cinderela a varrer o chão quando bateram à porta. Era um mensageiro do Rei:
- Abram em nome do Rei!
- Bom dia!
- Bom dia linda donzela, trago comigo uma carta do Rei para a dona desta casa.
- Obrigado gentil senhor.
Curiosa, ela abriu a carta e viu que era um convite para um baile no palácio onde o príncipe ia ser apresentado a todas as raparigas do reino.
- Vou poder conhecer o príncipe, usar um belo vestido e dançar toda o noite… Que maravilha!
Entusiasmada, correu para a sala para contar a novidade a madrasta e as irmãs. A madrasta arrancou-lhe o convite das mãos e disse:
- Porque estás tão feliz? Tu não vais a este baile connosco.
- Nem sequer tens vestido!
- E! Nem sapatos!
- Mas o convite é para todas as meninas do reino!
- Bom, se fizeres todos os trabalhos da casa e arranjares um vestido decente podes vir connosco.
Cinderela ficou muito feliz, agradeceu e saiu a correu para ir buscar o único vestido que tinha e que pertencera á sua mãe.

-Bem, está um pouco fora de moda mas com uns arranjos ficará lindo. Mal posso esperar pela noite do baile.
Durante os dias seguintes, a Gata Borralheira fazia todas as tarefas da casa ao longo do dia e à noite, a Cinderela costurava o seu vestido ás escondidas.
No dia do baile, Cinderela passou o dia a ajudar as irmãs a prepararem-se, penteou-lhes os cabelos, arranjou-lhes os vestidos e as jóias.
Ao fim do dia conseguiu, finalmente, tempo para se arranjar e quando estava pronta desceu para junto das irmãs e da madrasta.
- Onde arranjaste esse vestido?
-Esse colar não é meu?
Furiosas, atacaram o vestido e rasgaram-no todo. Sem vestido, Cinderela já não podia ir ao baile. Ela ficou muito triste mas quando menos esperava…
- Eu sou a tua fada madrinha, não chores. Assim não podes ir ao baile!
Com um gesto da sua varinha transformou uma abóbora numa linda carruagem, dois ratos em magníficos cavalos e um pássaro num lacaio. Estavam prontos para levar Cinderela ao baile.
- E o meu vestido?
Como por magia o vestido transformou-se e repentinamente a Cinderela ficou linda … Parecia uma verdadeira princesa!
- Mas lembra-te Cinderela, a magia acaba a meia-noite, tens que abandonar o baile antes das 12 badaladas.
A Cinderela aceitou a acordo e lá foi ela muito feliz para o baile!
Ao chegar ao palácio viu ao longe o Príncipe e nem queria acreditar quando ele a convidou para dançar:
-Dá-me a honra desta dança nobre donzela?
Dançaram juntos a noite inteira muito felizes …
Quando ouviu das 12 badaladas Cinderela lembrou-se do acordo que tinha feito com a fada e saiu do baile o mais rapidamente que pôde.
O príncipe ficou muito triste e correu atrás dela…
Mas só encontrou pelo caminho um sapato de cristal.
No dia seguinte, mandou o seu criado de confiança ir por todo o reino descobrir a quem pertencia aquele lindo sapato…
E o criado foi experimentando o sapato nos pés das donzelas do reino...
Quando a Cinderela experimentou o sapato ninguém teve dúvidas que ela era realmente a sua dona!
-Afinal eras tu a rapariga misteriosa?
-Como foste capaz de ir ao baile sem a nossa permissão?
Ficaram mesmo zangadas quando de repente viram o príncipe dirigir-se à Cinderela:
-Casas comigo?
- Claro que sim.
O Príncipe e a Cinderela casaram, foram viver para um magnífico palácio onde viveram felizes para sempre.


História

Cinderela era filha de um comerciante rico. .[1] Depois que seu pai morreu , sua madrasta tomou conta da casa que era de Cinderela. Cinderela então, passou a viver com sua madrasta malvada, junto de suas duas filhas que tinham inveja da beleza de Cinderela e transformaram-na em uma serviçal. Ela tinha de fazer todos os serviços domésticos e ainda era alvo de deboches e malvadezas.[1] Seu refúgio era o quarto no sótão da sua própria casa e seus únicos amigos: os animais da floresta. [1]
Um belo dia, é anunciado que o Rei realizará um baile para que o príncipe escolha sua esposa dentre todas as moças do reino.[1] No convite, distribuído a todos os cidadãos, havia o aviso de que todas as moças deveriam comparecer ao Baile promovido pelo Rei.[1]
A madrasta de Cinderela sabia que ela era a mais bonita da região, então disse que ela não poderia ir porque não tinha um vestido apropriado para a ocasião. Cinderela, então, costurou um vestido com a ajuda de seus amigos da floresta. Passarinhos, ratinhos e esquilos a ajudaram a fazer um vestido de retalhos, mas muito bonito. Porém, a madrasta não queria que Cinderela comparecesse ao baile de forma alguma, pois sua beleza impediria que o príncipe se interessasse por suas duas filhas. Sendo assim, ela e as filhas rasgaram o vestido, dizendo que não tinham autorizado Cinderela a usar os retalhos que estavam no lixo. Fizeram isso de última hora, para impedir que a moça tivesse tempo para costurar outro.
A fada madrinha aparece para Cinderela (ilustração de 1927)
Muito triste, Cinderela foi para seu quarto no sótão e ficou à janela, olhando para o Castelo na colina. Chorou, chorou e rezou muito. De suas orações e lágrimas, surgiu sua Fada-madrinha que confortou a moça e usou de sua mágica para criar um lindo vestido para Cinderela. Também surgiu uma linda carruagem e os amiguinhos da floresta foram transformados em humanos, cocheiro e ajudantes de Cinderela. Antes de sua afilhada sair, a Fada-madrinha lhe deu um aviso: a moça deveria chegar antes da meia-noite, ou toda a mágica iria se desfazer aos olhos de todos.
Cinderela chegou à festa como uma princesa. Estava tão bonita, que não foi reconhecida a não ser pela madrasta,que passou a noite inteira dizendo para as filhas que achava conhecer a moça de algum lugar, mas não conseguia dizer de onde. O príncipe, tão-logo a viu a convidou para dançar. Cinderela e o príncipe dançaram e dançaram a noite inteira. Conversaram e riram como duas almas gêmeas e logo se perceberam feitos um para o outro.
Acontece que a fada-madrinha tinha avisado que toda a magia só duraria até à meia-noite e um. Quando o relógio badalou as doze batidas e um minuto, Cinderela teve de sair correndo. Foi quando deixou um dos seus sapatinhos de cristal na escadaria. O príncipe, muito preocupado por não saber o nome da moça ou como reencontrá-la, pegou o pequeno sapatinho e saiu em sua busca no reino e em outras cidades. Muitas moças disseram ser a dona do sapatinho, mas o pé de nenhuma delas se encaixava no objeto.
Quando o príncipe bateu à porta da casa de Cinderela, a madrasta trancou a moça no sótão e deixou apenas que suas duas filhas experimentassem o sapatinho. Apesar das feiosas se esforçarem, nada do sapatinho de cristal servir. Foi quando um ajudante do príncipe viu que havia uma moça na janela do sótão da casa.
Sob as ordens do príncipe, a madrasta teve de deixar Cinderela descer. A moça então experimentou o sapatinho, mas antes mesmo que ele servisse em seus pés, o príncipe já tinha dentro do seu coração a certeza de que havia reencontrado o amor de sua vida. Cinderela e o príncipe se casaram em uma linda cerimônia, e anos depois se tornariam Rei e Rainha, famosos pelo bom coração e pelo enorme senso de justiça. Cinderela e o príncipe foram felizes para todo o sempre.

Cinderela



Cinderela é um dos contos de fadas mais populares da Humanidade.
Sua origem tem diferentes versões. A versão mais conhecida é a do escritor francês Charles Perrault, de 1697, baseada num conto italiano popular chamado La gatta cenerentola ("A gata borralheira"). A mais antiga é originária da China, por volta de 860 a.C.. Existe também a dos Irmãos Grimm, semelhante à de Charles Perrault. Nesta, porém, não há a figura da fada-madrinha e quem favorece a realização do desejo de ir ao baile são os pombos e a árvore que crescem no túmulo de sua mãe. Neste caso, Cinderela sabe palavras mágicas, usadas no imperativo, que auxiliam na transformação de seu pedido em realidade. No final, as irmãs malvadas ficam cegas quando são atacadas por pombos que lhes furam os olhos. Segundo outras versões a figura da fada madrinha na verdade é o espírito da falecida mãe da própria protagonista que trazia um vestido do céu para Cinderela usar no baile.
Psicanalistas vêem na história de Cinderela muito mais do que uma simples trama romântica. Por ter origem atemporal e ter surgido em várias civilizações diferentes, a trajetória da protagonista traduziria uma espécie de arquétipo fundamental, traduzindo o anseio natural da psiquê humana em ser reconhecida especial e levada a uma existência superior. A literatura e o cinema, cientes disso, utilizaram-se de seu arco dramático para o desenvolvimento de inúmeras outras obras de apelo popular. Além das animações de Walt Disney - que sempre buscaram inspiração nos contos de fadas - merece destaque o filme Uma linda mulher, protagonizado por Julia Roberts, e que foi sucesso de bilheteria nos anos 1990.